mpb, onde está você?

Eu sei que quem gosta, gosta e pronto. Não to aqui pra ir contra a beleza do estilo, nem contra o talento dos seus representantes. Não gosto nem desgosto de nenhum dos artistas ou bandas, apesar de não ser consumidor de nenhum dos estilos que vou abordar aí embaixo.

Gosto de observar, entretanto, que quando se fala em MPB, logo saltam como representantes magnânimos do estilo, figurões como Chico, Caetano, Djavan, João Gilberto, Gal Costa, Marisa Monte, entre outros. Não podemos esquecer de artistas do calibre do Jair Rodrigues, Cauby Peixoto, etc. Ahh claro, temos também o bom e velho Amado Batista, detentor de vários recordes de vendagem, antes do atual samba do criolo doido de premiações, isso me parece popular.

Eu vejo algumas vertentes na música brasileira. Algumas delas bem elitistas, que compõe e fazem shows para poucos refinados com classe, cultura e grana pra bancar um ingresso – o mais barato custando 80 pilas – em um de seus shows. Afinal, vocês não acreditam que o povão senta e ouve emocionado as novas choradeiras do Caetano, ou admiram (ou ainda, compreendem) as sutis nuances poéticas das letras do Chico; Nossa, como esse moço domina a língua portuguesa heim seu Junhu. Imagina a minha AAD falando isso?

Peraí meu, mas esse pessoal não faz música popular, quem faz a MPB de hoje?

Pra mim, são as bandas de pagode, as bandas de axé, os funks, as músicas que o povão consome, músicas feitas dá, e para á cultura popular. Com letras bem ao seu nível, com aquele gingado bem propício a passinhos no churras na laje com a Cintra morna na mão.

Eu sou bem eclético e como disse, reconheço talentos quando os vejo. Toda essa galera tem seus méritos, nem entro nessa seara (nesse artigo). Nada contra o povão consumir a cultura Zeca Pagodinho, Preta Gil, Remelexo e Calcinhas Pretas. Nada contra a elite ter a sua musica de elite. Só que chamar Caetano, Chico e seus iguais de popular, rotulá-los como representas da música popular brasileira e torcer o nariz para os ritmos da galera? Blééh! Pra mim é um elitismo pouco contemporâneo. Acho que essa turma representa um gosto refinado demais pra ser popular serem porta vozes nossa cultura.

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Publicado em brasil, cultura
28 comentários em “mpb, onde está você?
  1. DriScully disse:

    Concordo com vc, sumiu, morreu tudo isso 😦
    O duro nesse país é que tudo é caro, CD, DVD, livro, shows! Acho que isso contribui para a ‘desatualização’ da MPB!

  2. Charimann disse:

    Junior,
    Esse teu post me abriu idéias para a minha postagem de amanhã.

    Mas, concordo contigo que, a “verdadeira MPB” morreu, mas acho que isso deve-se ao fato do estímulo desnecessário que dão a qualquer manifestação musical no país, que, poucos meses depois irá cair no esquecimento para o surgimento de novos artistas instantâneos.

    Confesso que, eu continuo fiel a Chico Buarque e os bons compositores da Bossa Nova, coisas que, ainda hoje não abro mão de ouvir.

    Abraço

  3. Luciane disse:

    Oi, Júnior. Mas o Chico sempre se disse sambista. Tem coisa mais popular do que samba??? Dito isso, só tenho a dizer que acho ele um porre (sem querer fazer alusão nenhuma aos eventuais problemas etílicos que ele tenha). Eu mesma a-d-o-r-o o Paulinho da Viola, que acabou caindo num limbo. Não é elite, porque veio da favela e é negro, tão pouco é popular porque é lírico demais.
    Tem um historiador chamado Paulo Cesar Araujo, que lançou um livro já faz uns anos a respeito dos bregas dos anos 70. Segundo Araújo, os bregas, como tu mesmo citaste, faziam música popular e eram perseguidos pela ditadura. Os “elités” sofriam horrores também, porque tu sabes, gente rica sofre, né? O nome do livro, como não poderia deixar de ser, chama-se “Eu não sou cachorro, não”.
    Beijo pra ti.

  4. Claudio disse:

    A MPB, ma minha opinião, deixou de ser popular a muito tempo. O povão agora só ouve o que as rádios e tvs empurram para ele. Tem muita gente fazendo musica boa no Brasil, mas as gravadoras empurram a musica descartável, aquela com refrão fácil. Daí surgem o Latino, pagodeiros, e bunda-axés da vida.

    Mas a boa música ainda existe, mas infelizmente não toca nas rádios.

    abs e parabéns pelo tema

  5. Lula disse:

    Pegou no breu!
    O Reginaldo Rossi, o Sidney Magal e outros estão aí pra comprovar q ‘alguém’ sente saudade da MPB.
    E as duplas “caipiras” então? Quer coisa mais finesse que isso? Cadê “As mariposa quando chega o frio, fica dando vorta im vorta da lâmpida pra si esquentá”? ou “Táuba de tiro ao álvaro…? ou “As rosas não falam, simplesmente exalam o perfume…?
    Resgatou legal. Concordo.

  6. Dono do Bar disse:

    Chico Buarque, Caetano, populares? Quando? Faz tempo que deixaram de ser. Hoje são elite, músicos que não têm o menor pudor de cobrar um ingresso que custe os olhos da cara. Coisa pra quem pode! Calcinha Preta, Calipso e outras porcarias, essas sim, são populares. Antigamente a MPB era forjada com ideais, hoje isso não existe. Todos venderam a alma.

    Abraços.

    DB.

  7. Como dizia o velho deitado: de gustibus et mulieribus non disputatur: não se discute gosto e mulher! Mas a gente discute, uai! A sigla “MPB” é datada, teve uma razão de ser, para se opor à “invasão” do rock, iê-iê-iê, etc. Há alguns livros que falam disso, geralmente enaltecendo os fins dos anos 50, bossa nova, etc. Na verdade, o termo “popular” foi meio que forçação de barra, não significava explosão de consumo, embora a indústria fonográfica tenha faturado alto com Chico, Caetano & Cia. Ao mesmo tempo, surgiu a Jovem Guarda: RC, Erasmo, Wanderléia, etc. Depois veio a Psicodelia dos Mutantes, a Tropicália. Há muita riqueza em nossa cultura musical. A crítica que faço aos “sucessos de venda” dos tempos atuais – atual, se pensarmos nos últimos 15 anos! – é que o marketing domina de tal forma a divulgação (jabás, shows, etc) que nivela “por baixo”: toma-se uma fórmula de sucesso e a oferece ao consumo. Não há lirismo, não há “letra”, não há poesia. Ou então, sou eu mesmo que já “passei”, a fila anda e fico na saudade…

  8. Lara disse:

    Um bom exemplo é ver as pessoas saltando no carnaval ao som de “Vai passar- Chico Buarque” sem se dar conta da grave crítica que é feita. Em fim…a culpa é de quem se que é acessível é a lacraia 😦
    Sei lá… 🙂
    Excelente quarta feita!
    (aqui tah de visual novo ou é impressão minha?gostei!)
    Bj

  9. Ficticia disse:

    Acho que a música popular brasileira é um saco de gatos, muitos gatos dos mais variados tipos… The Brazil is very, very big e, portanto, não pode ter um, dois estilos musicais apenas.

  10. Jacque disse:

    Concordo com você. Pra mim, popular é o que emana do povo, sendo assim, atualmente o popular é de fato o axé, pagode, funk (embora eu não curta). Um dia eu tive uma discussão homérica com uma amiga que dizia que Caetano era mais popular do que Roberto Carlos. Eu disse que não era mesmo. Caetano, Chico e outros só atingem determinadas fatias da população, com determinado grau de conhecimento, justamente por tratarem de assuntos que fogem à compreensão da grande maioria; em compensação, Roberto Carlos sempre teve como tema básico de suas composições o amor, o romance, e isso atinge todas as classe sociais, sem exceção, pois é assunto que todos compreendem.
    Mudando de assunto, o Tricotando vai tirar umas semanas de folga; os motivos estão lá. Não estranhe minha ausência, é por uma causa muito boa.
    Beijos.

  11. Geraldine disse:

    Gostar de Chico e Caetano já virou até adjetivo de quem é culto, inteligente, bacana. Realmente longe das camadas mais populares onde cultura é sinônimo de rimas repetitivas e palavras quase sempre impronunciáveis, quase um novo dialeto! Me diz o que é aquele Latino? Que letra ridícula aquela: “Renata, ingrata..” e tantas outra pérolas que vendem e fazem um sucesso inacreditável! Essa é nova MPB? Ainda bem que a música favorita do meu filho é Girassol, do Cidade Negra. Eu entendo mas não compreendo essas coisas, sabe? Um abraço e boa música!

  12. Flavia Sereia disse:

    Analisando bem, até que é mesmo isso ai que vc falou.
    Essa turma que vc mencionou ai já foi popular, hoje é de uma minoria restrita que pode ir em seus shows.

    bjs

  13. cilene disse:

    eu, acho nao entendo de musica, entao na gosto de estilo, gosto de determinadas musicas..

  14. Evilasio disse:

    Cara, as vezes eu n sei se o MPB realmente é tão popular. Porque artistas do tipo Zezé di Camargo & Luciano nunca seriam enquadrados nesta categoria. Mas tem artistas mais populares que estes, que vendem milhões?

  15. Diana disse:

    Bom dia….

    Eu gosto de musica….
    Gosto de ouvir….de brincar com musica…..
    Rss…
    Não rotulo não…..
    Bjs….

  16. Ana Paula disse:

    Eu também não rotulo música não. Ou eu gosto, ou não gosto. Essa MPB “clássica” eu não sou muito chegada não. Gosto do pop-rock nacional (aí, já estou rotulando! *rs*), não gosto dos funks, axés e pagodes, apesar de saber que são expressão da nossa cultura sim. Uma cultura que eu não curto muito pra ser sincera.

  17. superjG disse:

    eu respeito muito a mpb clássica e a tropicalia pelo papel libertino que ela teve no passado. mas hoje em dia, eu não acho necessário ficar procurando cabelo em ovo.

    eu acho que a música popular brasileira deve mudar um pouco porque a população mudou…

  18. Palpiteira disse:

    Vai ver que em outros tempos o povo não era o que é hoje. Será? 🙂

  19. Lara disse:

    rsrsrsrsr.
    Boa noite então.
    T

  20. Ana Shirley disse:

    Sim! ainda estou de férias, mais ou menos ate o fim dessa semana, minhas aulas vão recomeçar muitissimo em breve e até la não sei se conseguirei me divertir o bastante a fim de esquecer todo o suplicio tedioso que passei naquela cidadezinha, mais ao menos uma coisa há de bom, eu voltei! estou em minha casa, minha doce cidade e minha adorada turbulência da inquietude cotidiana…aaaaaaaaah como é bom! huahuahha

  21. bruna santos disse:

    Concordo com vc, Ju. O conceito “MPB” mudou completamente, mas os rótulos permancem onde estavam. Todavia, creio que o povo esteja emburrecendo em “simultaniedade” com as músicas. É, não tem como isso dar certo… \o/

  22. Seu “Junhu”! Eu nunca parei pra pensar nisso, e pelo jeito muita gente tb não. Concordo com algumas coisas e discordo de outras que vc disse. Mas com toda certeza é a visã mais atualizada sobre MPB que já li.

    Pow… outro dia vim aki responder seus comentários mas não estava entrando… pq?

    Abraço rapaz!

  23. Luma disse:

    Tem gosto pra tudo e “mercado”. Vemos alguns artistas se perderem no caminho seguindo o gosto popular e caindo no desgosto de não conseguir a fama (le-se lucro) desejada. Leva-se pra casa o vazio de camuflar um dom com pieguices populares. Ultimamente não tenho gostado de nada que circula na mídia. Beijus

  24. Quase não ouço rádio musical, só CBN, arádio que toca notícias.
    Mas curto MPB de antigamente, digo..Chico Buarque, Tom Jobim… ah, estou muito por fora e o que ouço meramente por acaso acho um som muito sacal. Quer dar alguma dica ?
    🙂 Abç!
    Jôka P.

  25. Dono do Bar disse:

    Um bom final de semana, garotão. Fico contente que tenha gostado do novo template.

    Abração!

    DB.

  26. Maitê disse:

    Também acho Júnior que já foi decretada a morte da MPB. Vc vai só ver que, daqui uns dias até a Maria Rita vai cmeçar a cantar música pra boi dormir, ou melhor, pro povão escutar… Abs

  27. flávia d. disse:

    dicas pro joka…

    http://www.myspace.com/cidadaoinstigado
    http://www.myspace.com/curumin
    http://www.myspace.com/mombojo
    http://www.myspace.com/ceuambulante

    ainda é cedo pra saber se eles vão ficar pra história (acho que pelo menos o primeiro fica, pois é genial!) mas tem muita coisa boa rolando por aí! 😉

  28. Juliana disse:

    Coerente o que vc escreveu, Jr!!!
    Agora cá entre nós, funck é um LIXO!!!!!!!
    RSRSRSRSRSRS
    Bjs…

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